quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Vida de Dormitório

Viver num dormitório tem muito que se lhe diga. O meu tem sete andares, cada um com vinte e quatro quartos, com duas pessoas a viver em cada um. Significa que todos os dias se acaba por conhecer alguém nas escadas, ou por conhecer alguém num bar que vive alguns andares acima de nós! O que acaba por ser muito divertido, pois acaba por se arranjar companhia para o caminho para casa, para os jantares, ou para um momentinho de convívio ao fim do dia. 

O que não é divertido é que, do pessoal que aqui trabalha, só um fala inglês, o segurança nocturno. Ou seja, para pedir informações sobre como funcionam as lavandarias, para perguntar se temos correio, ou para pedir as contas do mês, acabamos sempre por demorar horas e não chegar a lado nenhum. Como esta manhã, em que fui acordada pela empregada de limpeza, que entrou de rompante no nosso quarto, com as novas regras (que alguém, finalmente, se lembrou de traduzir para inglês) e uns papeis para assinarmos, para verificar se estava tudo em ordem no nosso quarto. O problema é que nós já tínhamos assinado os tais papeis com outra empregada, mas foi preciso meia hora e uma vizinha polaca para que ela percebesse o que nós queríamos dizer.

Mesmo assim, pensei que fosse mais difícil viver sozinha - ter de fazer refeições todos os dias, lavar a louça, a roupa, arrumar e limpar - mas não é. Talvez porque as refeições são em menos quantidade do que se faz em casa, a louça para lavar é menos, e tem-se companhia de pessoas interessantes, de alguma parte do mundo para nós desconhecida - croácia, turquia, rússia, itália, alemanha, áustria... Às vezes também fazemos refeições comuns, em que cada pessoa cozinha alguma coisa típica do seu país, o que acaba por ser óptimo para abrirmos a mente a novos hábitos alimentares, novas misturas, novos sabores. 

Anyway, sabe bem viver num dormitório.

Sem comentários:

Enviar um comentário