É a única cidade polaca que foi completamente devastada na Segunda Guerra. Reconstruida a partir do zero, houve o cuidado de preservar (como nas restantes cidades polacas) o aspecto que a cidade tinha anteriormente. Isto não impediu o crescimento normal da cidade, o que torna a capital polaca numa multiplicidade de rostos. Ora caminhamos pelos comuns bairros polacos, com prédios de estatura média, cinzentos, todos iguais, ao estilo comunista, como por entre arranha-céus em vidro espelhado, cujo fim se confunde por entre as nuvens. Ora passeamos sozinhos, por sítios calmos, onde quase não se avista ninguém, como estamos num centro onde borbulham as pessoas, os sons, os cheiros, onde carros, metros e trams se cruzam.
Foi isto que me atraiu principalmente em Varsóvia. A panóplia de luzes que inundam o centro quando cai a noite, as vistas panorâmicas sobre o rio, e lá em cima, no topo do Palace Kultury para o resto da cidade, que corre, sem nos notar, tão pequenina e tão grande ao mesmo tempo. E é estranho imaginar como mudou a minha sensação inicial, quando saí daquela estação para uma cidade cinzenta e triste, como me senti desiludida com a capital, e como, de repente, se tornou um dos meus lugares favoritos da Polónia.
Como fim-de-semana, foi muito bem escolhido para viajar. Saí à rua sem gorro, sem luvas, e pudemos caminhar durante horas sem sentir a necessidade de nos enfiarmos nalgum lugar quente. E quase soube a princípio de primavera quando caminhei por um passei três vezes mais largo devido à falta da neve. Será?
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